quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Quem procura...acha !!!


Ainda não podemos comemorar muito, mas parece que encontraram o "tal caderno" de que falei na 1ª postagem. Estava - como eu esperava - em casa de minha tia em Brasília (última residência de minha avó aqui na Terra).



Para nossa imensa alegria a coisa não parou por aí... muitas outras coisinhas soltas, aqui e ali, lá e acolá estão sendo resgatadas, e em breve teremos muito material para postar.



Por enquanto vou apresentar o Luiz Décio, segundo esposo de minha avó e - segundo ela própria "seu maior incentivo na vida".



Meu avô Décio -era assim que ele era conhecido na família - nasceu em Campos dos Goitacazes, no "antigo Estado do Rio de Janeiro", portanto era fluminense de nascimento e flamengo "doente" de coração. Coincidentemente nasceu também no dia 7 de Outubro só que em 1907. Como ela era libriano e "flamengo"...



Meu avô era uma figura incrível - e por ele tenho "um amor pra 2000 anos" - como ele mesmo brincava...pessoa formidável..!



Me chamava de "minha vidinha", me mimava tudo o que podia, e tudo o que eu "aprontava" era para ele "uma graça !" Chegava a enfrentar a minha avó que ficava muito brava comigo com as minhas peraltices, mas para ele criança era criança, sem pecado e sem culpa, sem castigo e sem dor.



Na verdade, tanto ele como minha bisavó Aurora, eram grandes educadores - nasceram educadores.



Amavam, respeitavam , compreendiam e valorizavam a infância e as crianças como poucas pessoas que já conheci.



Nunca deixaram o ser criança deles morrer. Tinham uma alegria, um jeito de falar , sabiam o que falar com as crianças, e nunca se recusavam a brincar.



Brincavam, faziam "coisinhas especiais",e até em algumas "traquinagens" nos acompanhavam...



Minha avó o chamava de "bem meu " e eu achava isso muito diferente. Todo mundo que eu conhecia se dirigia aos seus pares pelo nome, mas eles não !



Toda vez que meu avô saía, ainda que fosse para comprar apenas uns pães na padaria que ficava na mesma quadra em que morávamos, eles se despediam com beijinho e tudo...Eu achava isto o máximo ...! Hoje sei que isto é "cuidar"...



Não vou dizer que eles não brigavam, mas o engraçado é que como ele ficava calado minha avó acabava brigando sozinha, e como brigar sozinho não tem graça, a briga acabava rapidinho !



Não me lembro de ouvir meu avô dizer "não" para minha avó.

Ele também a mimava, e muito...!



As poucas brigas que assisti dos dois aconteceram porque minha avó era possessivamente ciumenta, e ficava procurando motivo. Ele por sua vez achava graça, levava na brincadeira, o que a deixava ainda mais furiosa.Eu achava aquilo muito engraçado, parecia coisa ensaiada : " muito barulho por nada !"



Meu avô era muito comunicativo, falava e mexia com todo mundo, e adorava tomar cafezinho no bar que ficara bem embaixo do apartamento em que moravam na divisa entre o posto 6 e Ipanema. Todas as tardes ele descia pra tomar o tal cafezinho e discutir futebol.Depois passava na padaria e ia pra casa coar o café e ferver o leite para o lanche da noite.Só que no caminho ia encontrando todos os "conhecidos" daquela região, e batendo um papo...



Achei esta foto num álbum de minha mãe.Me lembro do dia em que a tiramos: lá estou eu com uns 4 anos, com meu avó na praia de Copacabana, bem em frente ao local onde morávamos.



Espero na próxima postagem colocar mais alguns trabalhos de minha avó.



Um beijinho carinhoso, Betty



Um comentário:

Júnia disse...

Nossa, Betty, que lindo isso que você está fazendo neste blog. Que carinho com seus avós! Eles devem ter te dado muito amor. Bjs,querida.